sexta-feira, 23 de março de 2007

Marcas digitais

Vistas a uma certa distância todas as pessoas parecem iguais. Mas quanto mais nos aproximamos mais nos apercebemos que existem diferenças. Para além de diferenças físicas, de idade, de género, de estatura ou de cor, que imediatamente se constatam, existem outras, que só um contacto mais directo nos permite perceber e identificar. Diferenças de crença, de valores, de vivência, ou de conhecimento. Mas também de outras, que resultam de um vasto conjunto de aptidões psicológicas essenciais, responsáveis pelas nossas atitudes e comportamentos em cada situação e circunstância que se nos depara ao longo da vida.

Ora é sobretudo o conjunto destas aptidões individuais, sejam elas inatas ou aprendidas, ou ambas, que fazem a diferença entre os grandes homens (no sentido de espécie humana) e os outros. Qualquer que seja o lugar, o tempo, a profissão, ou a actividade, por onde o homem passa, deixa inevitavelmente a marca da pessoa que é. As suas acções, tal como as suas impressões digitais, deixam o lastro de uma marca individual que ninguém pode ignorar nem evitar.

A honradez, a integridade, a lealdade, a perseverança, a coragem, a resistência às adversidades, a humildade, a dedicação aos outros, a generosidade, o altruísmo, e a convivência harmoniosa, são, entre outras, aptidões que encontramos naqueles que de entre nós foram, ou são, os grandes homens. Com essas aptidões realizam, ou deixaram, marcas que os enobreceram e que nos enobrecem a todos.

Quando o destino lhes reservou um papel de dirigentes, com maior relevo social, esses homens sabem estar à altura dessa responsabilidade. Sabem utilizar o poder que lhes foi conferido, unicamente para prossecução do bem comum. Têm clara consciência de qual é a sua missão e dos objectivos a atingir pela comunidade ou grupo que dirigem. Tudo fazem para deixar uma marca que signifique um avanço, no sentido de melhorar as coisas. Seja um país mais desenvolvido, uma instituição mais útil e eficaz, uma empresa mais sólida e eficiente, ou um mundo mais justo e melhor. Entendem que a sua missão está ao serviço de causas nobres, sabendo que é essa exclusivamente a legitimidade do poder, político, social ou patronal, que lhes foi conferido. Sabem exercer o poder para servir, não para se servirem dele.

Esses são os grandes homens que merecem o nosso respeito e admiração. É do exemplo de homens desses que precisamos.

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